Na linguagem dos sinais, as expressões faciais facilitam o entendimento do que está sendo dito. Leia Mais...
Nos últimos meses a comunidade surda vem ganhando destaque nacional com a celebração do Dia Nacional do Surdo, em setembro e, no mês de outubro, com a participação de tradutores de Libras em propagandas eleitorais do candidato eleito Jair Bolsonaro e do seu concorrente Fernando Haddad que também contou com tradutores para se comunicar com o eleitorado com surdez e deficiência auditiva.
Diante de polêmicas criadas por internautas que criticaram as marcantes expressões faciais utilizadas pelos tradutores que traduziram as propostas dos candidatos para os telespectadores, a equipe de reportagem procurou a especialista Patrícia Irama, que falou sobre a importância das expressões faciais para a comunicação dos surdos.
Com mais de uma década de experiência em escolas, congressos, seminários, entre outros cursos de aperfeiçoamento, a professora e tradutora de Libras, Patrícia Iracema, explica que as expressões faciais são marcativos gramaticais e apresentam afetações nos discursos, representando base suma de significação.
Ela afirma que, sem as expressões faciais a língua não teria corpo, não teria emoção, estaria vazia, sem sentido. Assim como a modulação contribui na articulação em língua portuguesa, as expressões faciais possibilitam a construção de sentidos. Faz parte do que chamamos de segundo grupo dos parâmetros fonológicos da língua de sinais.
Patrícia alerta que o surdo vive num país onde sua língua é a segunda oficial e que, mesmo assim, eles se sentem estrangeiros na própria terra natal. “É de suma importância uma real mobilização em favor dessa causa e não somente num período de estrelato. A sociedade precisa repensar seus conceitos e reverter essa situação.
BarbacenaMais com Jornal Expresso