Filme nacional conta história de psiquiatra alagoana

O filme conta a história da psiquiatra alagoana Nise da Silveira, interpretada por Glória Pires, que foi pioneira no uso da arte como terapia. Lleia mais...

CULTURA E ARTES

Filme nacional conta história de psiquiatra alagoana

 

Em cartaz no cinema nacional, o filme Nise – O Coração da Loucura conta a história da psiquiatra alagoana Nise da Silveira, interpretada por Glória Pires, que foi pioneira no uso da arte como terapia e trouxe, também, um novo olhar sobre a doença mental. O filme, dirigido por Roberto Berliner, mostra o período do retorno de Nise ao trabalho como psiquiatra, mostrando como ela utilizou a arte de maneira terapêutica e mostrando, também, a sua relação com os pacientes. A história de vida de Nise, que nasceu há mais de um século, conversa muito com o agora. Desde aquela época ela já batia de frente com o estereótipo de mulher “bela, recatada e do lar”, além de ser responsável, em grande parte, pelo rumo que a psiquiatria tomou no Brasil. Formada em 1926 pela Faculdade de Medicina da Bahia, Nise foi a única mulher entre 157 homens e, durante a graduação, escreveu o “Ensaio sobre a criminalidade da mulher no Brasil”. Ela mudou para o Rio de Janeiro, com seu marido, e passou em um concurso público para atuar com psiquiatria. Porém, o Brasil estava em um momento complicado e, devido a sua posição política, Nise foi presa, sendo prisioneira do Estado Novo entre 1934 e 1936, por ser comunista, tendo retornado ao serviço público apenas em 1944. Foi então que Nise foi trabalhar no Centro Psiquiátrico Nacional, No Engenho de Dentro, e se surpreendeu com o que encontrou: cirurgias invasivas e controversas, que não faziam bem, e técnicas agressivas de eletrochoque. Como se recusou a utilizar esses métodos, ela foi para o setor de Terapia Ocupacional que, naquela época, era considerada inútil. Não se abatendo, Nise colocou a terapia ocupacional para funcionar com um ateliê de arte, sendo pioneira na forma de usar a arte como expressão dos pacientes psiquiátricos e defender a comunicação com esquizofrênicos através dela, além de introduzir animais no convívio dos pacientes, o que promoveu a afetividade. Com esse trabalho, surgiu então o Museu de Imagens do Inconsciente, onde até hoje estão expostas obras de seus pacientes. Além da produção artística, Nise conseguiu obter grande melhora em seus pacientes.  No seu legado, outro fator importante foi a Casa das Palmeiras, primeira instituição com projeto de desinstitucionalização dos manicômios no país, fundada em 1956 para receber pacientes que saíam dos hospitais psiquiátricos. Nise publicou livros e artigos e fundou associações, além de ter uma vida bem produtiva até a sua morte em 1999, aos 94 anos.


 

Anna Luíza Fernandino

 

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