Operação Plano de Contingência, da Polícia Civil do RS, desarticula esquema nacional que usava vídeos falsos com Lula e William Bonner; dois investigados são da região e grupo movimentou R$ 1,3 milhão
Um grupo que utilizava Inteligência Artificial (IA) para a prática de golpes foi alvo da Operação Plano de Contingência, deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul na quarta-feira, 12 de novembro. De acordo com as investigações, dois dos envolvidos são da cidade de Conselheiro Lafaiete, na região próxima a Barbacena, e o esquema teria movimentado cerca de R$ 1,3 milhão.
Os criminosos utilizavam a técnica conhecida como "deepfake", que consiste em vídeos falsos produzidos com auxílio de Inteligência Artificial. Nos materiais, eram usadas imagens do presidente Lula e do jornalista William Bonner, simulando anúncios sobre um suposto repasse de dinheiro devido a vazamento de dados.
As vítimas eram atraídas por anúncios patrocinados em redes sociais, que direcionavam para sites falsos do Governo Federal. Nessas páginas, as pessoas eram informadas de que teriam direito a uma indenização de R$ 6 mil, mas, para receber o valor, precisariam realizar um pagamento prévio de pequena quantia, geralmente por meio de transferência eletrônica.
Segundo a Polícia Civil, a maior parte das vítimas eram idosos, muitos com mais de 70 e até 80 anos de idade. A operação cumpriu nove mandados de busca e apreensão e determinou o bloqueio de contas bancárias em Minas Gerais e São Paulo.
No caso de Conselheiro Lafaiete, o esquema tinha dois suspeitos centrais. Um deles, de 24 anos, era proprietário do gateway, empresa responsável por processar as transações para as quais o dinheiro das vítimas era enviado. Já o segundo investigado, de 25 anos, era apontado como operador e pilar técnico do grupo, atuando na estrutura tecnológica utilizada para aplicar os golpes.
ENTENDA – DEEPFAKE, GOLPES E VULNERABILIDADE DIGITAL
Os chamados deepfakes são conteúdos de áudio, vídeo ou imagem manipulados por ferramentas de Inteligência Artificial, capazes de reproduzir voz, rosto e expressões de pessoas reais com alto grau de realismo. Especialistas alertam que o avanço dessa tecnologia tem ampliado o risco de fraudes, desinformação e danos à reputação, já que criminosos podem simular discursos e situações que nunca ocorreram.
Casos recentes no país mostram o uso de deepfake em golpes que prometem indenizações falsas e ganhos financeiros rápidos, muitas vezes explorando a confiança em figuras públicas como apresentadores de TV e autoridades. Em operações policiais divulgadas nesta semana, órgãos de segurança detalharam esquemas que miravam principalmente idosos, considerados mais vulneráveis a abordagens enganosas em ambiente digital.
Para se proteger, o cidadão deve desconfiar de promessas de dinheiro fácil, evitar clicar em links recebidos por redes sociais ou mensagens privadas e, sempre que houver dúvida, buscar canais oficiais de bancos, órgãos públicos e empresas antes de fornecer dados pessoais ou efetuar pagamentos. A orientação é redobrada para famílias que têm idosos em casa: conversar sobre o tema, conferir anúncios suspeitos e, em caso de prejuízo, procurar imediatamente a Polícia Civil para registrar ocorrência.
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