Soltando o verbo COLORIR, com a escritora Lucimar Zanzoni

Contemporânea, artista sem pretensão, moderna, desafiadora, criativa, meiga e genial. Lucimar Zanzoni é convidada do BarbacenaMais e está publicando suas séries de crônicas aos domingos aqui. Um pouco de leveza e literatura para dias pesados e instigantes. Hoje é dia de falar sobre COLORIR  ;-)

SOLTANDO O VERBO COLORIR

Por Lucimar Zanzoni*

Colorir
Quando a página branca esgoela, tal qual um lençol imaculado de hotel, pedindo cor, a engrenagem mental começa a rodopiar. Chacoalha daqui, chacoalha dali e vislumbra cor prá todo lado. Suplantando a ausência absoluta de tonalidades, como um pintor iniciante, a gente brinca de criar e misturar cores. Sai do verso branco, não rimado e passeia sem medo do céu ao mar, da flor ao rubor, da grama à bandeira, da inocência ao neon. Relaxa quando é pastel, excita quando é forte. As cores bailam bobas nos estojos de colégio, revelam ideologias, escancaram preferências.
A semana favoreceu muito. Começando pelo domingo. Todo o espectro foi representado no dia das escolhas democráticas. Cada partido com a sua cor. Cada qual com o seu ideal. Cada ideal seguindo uma doutrina. Cada doutrina revelando um tom de voz, de debate, de fala.
Na segunda teve gente azul de felicidade comemorando, vermelho de raiva por não ter conseguido chegar lá ou em alguns casos, teve gente que amarelou na reta final. E teve até apatia de quem votou em branco.
Mas numa mistura de carmim de indignação com amarelo forte, tipo não vou desistir, surgiu o alaranjado americano reinando absoluto nas terras trumpianas ou donaldianas, conforme o desejo do leitor, muito bem simbolizado numa cabeleira bem conhecida de todos. Enquanto no Brasil o termo laranja é sinônimo de pessoas que emprestam seus nomes e dados para facilitar a apropriação indevida de bens pela classe política, nos EUA laranja significa, a partir das últimas eleições, a cor da negação, da falta de aceitação da derrota e da exacerbação do ego.
Mas abaixo do Equador, no quintal verde amarelo, sexta feira, 20 de novembro, foi dia da Consciência Negra, que não só lembra a morte de Zumbi dos Palmares, o mais importante líder quilombola da história da escravidão no Brasil, como salienta a importância de pensar sobre conceitos deploráveis da nossa cultura como racismo, desigualdade social e na pouca inserção do negro na sociedade brasileira.
Assim a semana não foi nem um pouco cor de rosa e teve quem tremesse como vara verde ao assistir os jogos do brasileirão, especialmente se houve cartão vermelho. E antes que eu fique roxa de vergonha e me esqueça ou simplesmente receba o bilhete azul, quero parabenizar a todos os músicos pelo seu dia. Afinal, talento não tem cor, raça, idade ou preferência. Acordes coloridos para todos neste domingo!
(Lucimar Zanzoni)

Minhas dicas coloridas hoje começam com os filme “Preto ou Branco” e “Green book”, na HBOGO. Na sequência o filme “A cor púrpura”, Globoplay, a série “Orange is the new Black”, Netflix, o filme “A espiã vermelha", Telecine. “Para garotas de cor”, Prime vídeo fala da vida e das conquistas das mulheres americanas.
E na rabeira, mas extremamente significativo o documentário “Cidade Cinza”, Prime Vídeo que conta a história dos artistas de rua Os gêmeos, que amam colorir uma cidade.
Faixa bônus: “Trem das Cores”, Caetano Veloso, Https://youtu.be/kS1zGVi3Uxs

Arte colorida maravilhosa do meu amigo iraniano @ali_ghotbi1975

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*Lucimar Zanzoni

O BarbacenaMais tem a honra e se orgulha de convidar para escrever nas páginas de um periódico barbacenense a autora Lucimar Zanzoni, que já é sucesso nas redes sociais e vem encantando adultos e jovens com sua literatura moderna e criativa.

Lucima Zanzoni é apaixonada por números, palavras e pessoas. Bancária aposentada, mãe por natureza e prá sempre. Procura espalhar nas redes sociais suas percepções e intuições sobre a vida de forma leve. Você a encontra também no Facebook Lucimar Zanzoni, no Instagram @LucimarZanzoni ou buscando por #levezasdalu. Seu email para correspondência é Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

O texto acima faz parte da série Soltando o Verbo, onde Lucimar reflete, neste período de pandemia, sobre um verbo relacionado com o assunto e com o momento. 

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