'Soltando o verbo CONSUMIR (ou CONSUMAR)', com a escritora Lucimar Zanzoni

Contemporânea, artista sem pretensão, moderna, desafiadora, criativa, meiga e genial. Lucimar Zanzoni é convidada do BarbacenaMais e está publicando suas séries de crônicas aos domingos aqui. Um pouco de leveza e literatura para dias pesados e instigantes. Hoje é dia de falar sobre CONSUMIR (ou CONSUMAR)  ;-)

SOLTANDO O VERBO CONSUMIR (OU CONSUMAR)

Por Lucimar Zanzoni*

Consumir(ou consumar)
E não é que sem poder sassaricar muito, a alegria da galera tem sido comprar. E a grande parceira neste intento, a internet, vem ajudando madames a comprarem roupas, bolsas e máscaras de grife, marmanjos a adquirirem brinquedinhos novos do tipo acessórios para carro, drones, eletrônicos e a turma dos baixinhos não fica prá trás pedindo os brinquedos, livros , chinelos e bonecos dos inúmeros influenciadores digitais infantis da atualidade. Donas de casa se deliciam com as ofertas relâmpago das grandes lojas de departamento online e as adolescentes aproveitam a maré para atualizarem seus guarda-roupas e ficarem ainda mais lindas e sedutoras.
Mas 50 % da população brasileira com os menores rendimentos, segundo a PNAD 2019 (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios)/IBGE, sobrevive com uma renda média mensal por domicílio de R$850,00 e não padece do mal de não saber mais o que comprar. Pelo contrário, sabem muito bem do que precisam, porém não tem a mínima ideia de como fazer para suprir. A renda baixa ou quase inexistente tem sido o grande desafio para driblar as necessidades, consumindo o mínimo possível enquanto a economia não começa a rodar como antes da pandemia.
Quem vai ao supermercado, se consome de agonia na hora de pagar a simples dupla arroz com feijão, que está mais cara que show de dupla sertaneja. O susto tem sido grande, é uma consumição imensa quando o caixa passa o total a pagar e a bolsa chacoalha prá lá e prá cá e nada de completar as moedinhas que faltam. Até que o auxílio emergencial tem ajudado, mas nem tudo que se necessita dá para ser obtido. E haja cesta básica para pedir, haja botijão de gás para implorar e haja roupa para passar de filho mais velho para o mais novo. O brasileiro nem se amofina muito além do normal, já está acostumado a viver com pouco.
Uma das únicas notícias boas nesta consumação toda é que a Petrobras reduziu em 5% os preços do diesel e da gasolina no último dia 09. Tomara que respingue positivamente em outras áreas, fazendo outros preços caírem também. O óleo de soja subiu 18,6% em 2020, pasmem! Mas o recordista mesmo foi o feijão preto, o queridinho, comido por nove entre 10 brasileiros, do Oiapoque ao Chui, teve um aumento de 28,9%. Haja ronco de fome na barriga côncava nacional!
Enquanto 1% sofre de consumismo e conformismo espontâneo, os demais sofrem de não consumismo, não consumo e inconformismo obrigatório. Vai entender uma realidade dessas!
E Consummatum est! *
(Lucimar Zanzoni)

Dica 1: filme “Amor por contrato”, Youtube, mostra como as pessoas são influenciadas pelo consumos dos outros.
Dica 2: documentário “Histórias da fome no Brasil”, Youtube, explica mas não justifica a fome no nosso país.
Dica 3: filme “Sem Prada nem nada”, Netflix, sobre perder no bolso e ganhar na vida.

*Está consumado!(palavras de Cristo na cruz)

Arte @hoopart.embroidery

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*Lucimar Zanzoni

O BarbacenaMais tem a honra e se orgulha de convidar para escrever nas páginas de um periódico barbacenense a autora Lucimar Zanzoni, que já é sucesso nas redes sociais e vem encantando adultos e jovens com sua literatura moderna e criativa.

Lucima Zanzoni é apaixonada por números, palavras e pessoas. Bancária aposentada, mãe por natureza e prá sempre. Procura espalhar nas redes sociais suas percepções e intuições sobre a vida de forma leve. Você a encontra também no Facebook Lucimar Zanzoni, no Instagram @LucimarZanzoni ou buscando por #levezasdalu. Seu email para correspondência é Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

O texto acima faz parte da série Soltando o Verbo, onde Lucimar reflete, neste período de pandemia, sobre um verbo relacionado com o assunto e com o momento. 

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