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Minas registra alta de 19% nos divórcios durante a pandemia



Pesquisadores da UFMG estudam os impactos da Covid nos casamentos; a hiperconvivência é apontada como um dos principais motivos das separações.

“Nem todo mundo que casa entende o que isso significa. É uma doação, não é só morar junto”. A afirmação é de uma mulher recém-separada, que prefere não se identificar. Depois de um casamento frustrado, que durou apenas sete meses, ela se divorciou em plena pandemia. “A convivência foi um impedimento. Foram banalidades que atrapalharam nossa relação”, completa. 

O relato da jovem exemplifica dados recentes divulgados pelo Colégio Notarial do Brasil (CNB): o número de divórcios extrajudiciais – aqueles que não envolvem conflito sobre bens e guarda de filhos – vem aumentando durante a pandemia. Em Minas Gerais, foram 770 casos desse tipo registrados em julho deste ano, um aumento de 19% em comparação com junho do mesmo ano, que teve 646 casos.

Se o número avaliado for o de todo o Brasil, o aumento é ainda maior, com 6.868 divórcios contabilizados em julho deste ano, contra 5.714 em junho, uma elevação de 20%.

Advogados de família e psicólogos que trabalham com esse tema justificam o aumento de variadas formas. O estresse causado pela pandemia pode ser um dos motivos, mas Tânia* acredita que sua separação não teve relação com o período de isolamento social. “Meu ex-marido não entendeu que a vida de casado precisa ser compartilhada. Ele achou que ia continuar comendo, dormindo e vendo TV na hora que bem quisesse”, contesta.

Novos desafios

O impacto que a pandemia teve na vida íntima de Tânia foi de outra ordem. Uma vez solteira em pleno isolamento e após curada a ferida, como faria para sair e flertar com alguém? “Me vi sozinha na minha casa e precisando conversar com alguém diferente, pois todos os meus amigos já sabiam da minha história”, diz. O jeito foi se inscrever em um aplicativo de relacionamento, o que lhe rendeu um novo namorado.

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