PM diz que rede social espalha "histeria coletiva e pânico desnecessário"; pede colaboração da população e que ninguém faça justiça com as próprias mãos.
Um rosto conhecido de um homem barbudo. Até identificado em algumas postagens pelo nome completo e pela idade de 23 anos. Assim é descrito "Lázaro de Barbacena", referência a um bandido da região norte do país que alguns anos foi caçado por forças policiais depois de arrombar e furtar propriedades rurais. Desde que suas imagens, portando uma foice vagando pela madrugada e fotos passaram a circular nas redes sociais, os comentários se multiplicaram e crimes atribuídos a ele também.
Antes, o suposto autor era apontando como um usuário de drogas que cometia furtos para sustentar o vício e já teria sido detido pela Polícia Militar. Ele agia no município de Antônio Carlos e no distrito de Doutor Sá Fortes. Depois foi apontado como autor delitos em Ponte do Cosme, Lavrinha, Vale do Ipê, Colônia Rodrigo Silva e no bairro do Carmo.
A Polícia Militar se manifestou e alertou para a histeria coletiva provocada pelas redes sociais, pânico desnecessário e pediu a população que colaborasse prestando informações fidedignas e que ninguém decida fazer justiça com as próprias mãos. As declarações foram feitas pelo subcomandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, major André Rezende Martins, em uma entrevista à Rádio 93 FM e buscou acalmar a população diante da disseminação de informações imprecisas sobre a atuação de um suposto criminoso apelidado nas redes sociais de "Lázaro de Barbacena".
Segundo o major, há sim a atuação de um indivíduo envolvido em pequenos furtos na região de Antônio Carlos. O suspeito, usuário de drogas, tem invadido residências desocupadas, geralmente em áreas rurais, de onde onde ele subtrai alimentos e peças de roupas. O criminoso costuma se esconder em áreas de mata, mas não há indícios que ele tenha se deslocado para Barbacena, como vem sendo propagado.
"A divulgação exagerada do caso por alguns veículos e redes sociais acabou gerando uma histeria coletiva e um pânico desnecessário", afirmou Rezende. Ele destacou ainda que a Polícia Militar tem atuado com equipes fardadas e descaracterizadas, investigando todas as denúncias recebidas, inclusive aquelas que acabam não tendo relação com o suspeito.
O major ressaltou a importância de que as denúncias sejam feitas imediatamente após qualquer ocorrência suspeita, já que muitas têm chegado com atraso de dois a três dias, o que dificulta o trabalho policial. "A população pode confiar que estamos atentos, mas é fundamental que nos acionem pelo 190 no momento em que observarem qualquer movimentação estranha. Estamos checando tudo com rigor. Contem com o nosso apoio e não façam justiça com as próprias mãos", concluiu.
Segundo a emissora no mesmo dia da entrevista, na quinta-feira, dia 17, a Redação recebeu a informação de mais uma ocorrência de arrombamento e furto no distrito de Doutor Sá Fortes, em Antônio Carlos. O caso aconteceu na Rua João Botelho, e segundo moradores, é a segunda vez que a mesma residência é invadida. A Polícia Militar foi acionada. Moradores relatam preocupação com a frequência de crimes na região e pedem mais segurança e presença policial constante, especialmente durante a noite. Até o momento, não há informações sobre suspeitos ou prisões. A ocorrência será investigada.
Jornal Expresso