Julgamento do feminicídio de Stefania por ex-policial acontece nesta quarta-feira (26) no Fórum "Mendes Pimentel"



Morta em setembro de 2020, a Polícia Civil concluiu o inquérito indiciando o então namorado da jovem estudante Stefânia

  A jovem estudante Stefânia foi assassinada em setembro de 2020. Polícia indiciou o namorado, policial militar, pelo crime de feminicídio

O ex-policial militar aposentado A.S.N., suposto autor do feminicídio de Stefânia Moreira Campos, ocorrido em setembro de 2020, vai a júri popular nesta quarta-feira (26). Durante estes cinco anos que separam o assassinato do julgamento, o ex-policial militar teve sua arma recolhida pela PM, e depois se aposentou. Ele não foi preso.

A sessão no Tribunal do Júri começa às 8h manhã, e será conduzida pelo juíz José Carlos dos Santos, titular da 2ª Vara Criminal e de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Barbacena. É ele que, depois da decisão do júri popular, vai definir o to destino do réu.

A.S.N. está sendo acusado por delito previsto no artigo 121 §2º, I, IV e VI, do Código Penal, na forma da Lei nº11.340/2006 (vide abaixo), e será defendido pela equipe comandada pelo Dr. Marcus Vinícius Rozzeto Silva, enquanto o Ministério Público terá como assistente de acusação o advogado Dr Hugo Viol de Faria.

O artigo 121, § 2º, I, IV e VI do Código Penal brasileiro refere-se ao homicídio qualificado. 
 
§ 2º, I  - O homicídio é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe
§ 2º, IV  - O homicídio é cometido à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido
§ 2º, VI  - O homicídio é cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino
O homicídio é um crime previsto no artigo 121 do Código Penal, que consiste em matar alguém. A pena para o homicídio simples é de reclusão de seis a vinte anos. 
 
A Lei 13.104/2015 alterou o artigo 121 do Código Penal, incluindo o feminicídio como circunstância qualificadora do homicídio. 

O advogado de acusação, Dr Hugo, falou com o BarbacenaMais sobre suas expectativas, "Amanhã, após 5 anos, finalmente, chega ao fim a espera da família de Stefania por um julgamento. Contudo, depois de 5 anos, estamos muito longe do que seria “justiça” para o caso. Esperamos, na verdade, que amanhã o mínimo seja feito. E o mínimo não é outro, que não a condução de mais um assassino frio, meticuloso e covarde ao único lugar que ainda lhe cabe na sociedade: ao cárcere."

O BarbacenaMais conversou com o advogado de defesa Marcus Vinícius Rozzeto Silva, e ele nos disse que ao longo do julgamento será apresentada a verdadeira historia e que acredita na absolvição de seu cliente.

A história de Stefânia e A.S.N. segundo o pai, Sr Iclair Moreira

Conversamos ainda com o Sr. Iclair Moreira no início da noite desta terça-feira, véspera do julgamento de sua filha, e ele está bastante ansioso. Segundo ele, até o dia de sua morte esta dor que sente desde setembro de 2020 nunca irá passar, "é algo que não desejo ao meu pior inimigo. Minha filha era muito carinhosa e preocupada comigo, falávamos o tempo todo. Ficou um vazio, uma tristeza muito grande". "Vou resumir: dos nossos 4 filhos, a Stefania era a mais alegre e brincalhona deles. Quando ela conheceu este cara (eu não consigo falar o nome dele), que morava na nossa rua, nós achamos que não ia dar certo porque ele tinha mais ou menos a minha idade." E continuou, "Ela namorou com ele por amor, porque nunca precisou de nada dele, tinha todo o nosso apoio. E mesmo a gente achando que não ia dar certo, eles namoraram por três meses mais ou menos. Parece que ela desgostou dele, terminou com ele e arrumou outro namorado. Com ele sempre correndo atrás dela, ela acabou terminando com o namorado, e voltou para o policial. Novamente o pai alertou o casal que seria difícil o relacionamento pela diferença de idade, mas mesmo assim eles retomaram o namoro e pouco tempo depois foram morar juntos. E ai, um ano depois aconteceu toda esta tragédia. Resumindo, eu espero que a justiça dos homens seja feita para amenizar um pouco de toda esta dor e de tudo que ele tirou da minha filha. Stefânia estava trabalhando na casa de um amigo nosso, fez prova e ganhou uma bolsa de estudos, e ia começar a fazer Pedagogia. Ele tirou tudo da gente. Espero que a justiça seja feita." disse o pai de Stefânia, muito emocionado.

RELEMBRE O CASO: 

A jovem Stefânia Moreira Campos, com 25 anos, foi encontrada sem sinais vitais, caída no chão de um dos quartos de sua residência e com um ferimento no tórax, causado por disparo de arma de fogo. Inicialmente, o suspeito, o ex-policial militar A.S.N. e então namorado da vítima, afirmou que ela teria cometido suicídio.
 
Foi apurado através das investigações e diligências obtidas pela Polícia Civil através de diversas provas e evidências, que o ex-Policial Militar, Sargento A.S.N, tirou a vida da namorada por ciúmes. Segundo análises periciais, Stefânia estava de joelhos quando foi assassinada. Diante dos fatos, a Delegada Amanda, responsável pelo caso indiciou o investigado pelo crime de feminicídio, crime no qual a pena pode ser de 12 a 30 anos de prisão.
 
O crime foi elucidado através do empenho da equipe de policiais civis da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, com o apoio da equipe de policiais civis responsável pela apuração dos crimes de homicídio.

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