Estudantes e educadores debatem em encontro o que a escola pode melhorar



Encontro da Virada Educação no Triângulo Mineiro aconteceu em Uberlândia e reuniu representantes de 19 municípios da região. Leia mais.

 

EDUCAÇÃO

Estudantes e educadores debatem em encontro o que a escola pode melhorar

 

Mãos coloridas de tinta, rap, grafite, encenações, música e muita conversa.  A etapa da Virada Educação, que aconteceu em Uberlândia, reuniu 50 estudantes e 82 educadores  de 19 municípios da região, que discutiram o que a  escola tem de bom e em que ela pode melhorar, por meio de dinâmicas e debates em grupo.

Os educadores também foram chamados a discutir como o estudante vê o professor e como o professor vê o estudante.  As questões apresentadas aos educadores e jovens são formas de diagnosticar as potencialidades e problemas da escola para criar, a partir desse debate, novas estratégias de atuação da instituição de ensino junto aos adolescentes e jovens, focos do movimento Virada Educação.

A estudante do 2° ano do ensino médio, Cintia Mara Siqueira Leite, apontou os pontos positivos da escola onde estuda, na cidade de Cruzeiro da Fortaleza. “Na minha escola, há preocupação com a orientação vocacional e com a intervenção pedagógica, porque os estudantes buscam muito se prepararem para o Enem”, enfatizou a aluna da Escola Estadual Cândida Cortes Correia.

Para a adolescente de 16 anos, que pretende cursar Psicologia, a escola, de uma forma geral, precisa melhorar na didática e no compromisso dos professores.  “Às vezes o professor chega em sala de aula e não demonstra tanto aquela confiança, e o aluno percebe isso, que o professor pode não ter planejado a aula, que não tem confiança naquilo que está passando. Ou às vezes fica muito preso no livro. É  preciso puxar o aluno para sair daquele tradicionalismo da aula toda em textos e livros”, observou Cíntia. Empolgada com a iniciativa da Virada, ela e seus colegas já criaram um grupo no WhatsApp para debater ideias sobre educação e escola. 

Da cidade de Estrela do Sul, onde estuda na Escola Estadual Robert Kennedy, o adolescente de 16 anos, Bruno Vieira Santos, compartilha de opinião parecida. “É preciso melhorar as formas de aula e não ficar aquela coisa maçante de só passar matérias. Fazer debates, palestras, montar estratégias de chamar os alunos para eles terem mais interesse, mais determinação”, sugeriu o estudante do 2° ano do ensino médio. 

Leandro Eduardo de Araújo, 17 anos, aluno do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Coronel Elmiro Alves do Nascimento, distrito de Silvano, em Patrocínio, considera sua escola boa, mas com aspectos a melhorar. “Claro que tudo é bom na escola, mas todos os pontos bons precisam melhorar. Com relação a professor, material didático, biblioteca, hoje o que mais está precisando e já está acontecendo lá é a construção da quadra coberta. Falta também instrutor para aulas com foco no vestibular e no Enem”.

Com spray para grafite na mão, o estudante Flávio Eufrásio, da Escola Estadual Mário Porto, de Uberlândia, destacou o enfoque da escola em projetos criados pelos próprios adolescentes. “Lá temos projetos criados pelos alunos, como música no recreio. Às vezes a gente vai para a escola no final de semana, monta batalha de grupos de dança”, disse ele. Junto com seu colega na escola, Roberto Júnior, Flávio escreveu um rap (veja refrão abaixo) apresentado por todos os estudantes na plenária conjunta com os educadores no final do evento.

Educadores

“As visões que a gente tem são plurais. Com relação aos alunos, existem pontos negativos e positivos, mas aqueles considerados negativos são pontos que estimulam o professor a trabalhar”. O resumo das discussões de um dos grupos que reuniu os educadores durante a Virada em Uberlândia foi feito pela professora de arte Laíza Coelho, de 24 anos, que atua na escola Estadual Katy Belém, de Araguari. “A educação se dá na base do relacionamento, foi o que se repetiu no nosso grupo. Somos taxados pelos adolescentes como chatos, severos, mas com uma relação de cuidado muito grande”.

Com 27 anos de sala de aula, o professor de Língua Portuguesa, André Luiz Soares, acredita que o professor tem dificuldade de assumir o que o estudante realmente pensa dele. “Ele sempre acha que o menino o vê com bons olhos. O objetivo da dinâmica é ter um levantamento da visão real, não da visão ideal. E a visão real é que o aluno não nos aceita da forma que a gente se impõe a ele. O estudante vê o professor como chato, que está despreparado, que não traz um incentivo, só pensa em executar uma tarefa, e o estudante rejeita tudo isso”.

Sobre como o estudante vê o professor, André Luiz acredita que há uma visão negativa também. “O professor vê o aluno como desinteressado, preguiçoso, desrespeitoso, não é o que eu vejo, mas é o que o grupo pensa. Eu já vejo o estudante como um ser aberto e, muitas vezes, vítima de situações da sociedade e ele não tem um referencial, nem na escola”.

 

Confira todas as informações sobre a Virada Educação no site: http://novotempo.educacao.mg.gov.br

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