Faltando pouco mais de uma semana para as eleições presidenciais, organizações da sociedade civil de vários segmentos, como Instituto Ethos, Prerrogativas, Fórum do Amanhã, Movimento Ética e Democracia e Derrubando Muros, entre outras, estão lançando um Manifesto público destacando a união das mais diversas correntes do país a favor do voto no ex-presidente Lula, no dia 30, para evitar o risco de colapso da nossa democracia, na eventual reeleição de Jair Bolsonaro.
O Manifesto (veja abaixo) considera que a eleição para presidente, no segundo turno, é um plebiscito entre ditadura e democracia. Destaca, ainda, que as pessoas de todas as faixas do espectro político estão unidas no mesmo propósito, pela primeira vez desde a redemocratização, reconectando os melhores quadros do país, das várias correntes que defendem a democracia.
O Manifesto está aberto a novas adesões.
Domingo a gente faz um país
Daqui a dez, trinta, cinquenta anos, os que ainda estivermos vivos poderemos contar com orgulho pros nossos filhos, netos e bisnetos: naquele domingo, 30 de outubro de 2022, eu estava do lado certo.
Não era um lado homogêneo, o dos que votaram pra salvar o país da catástrofe. Pelo contrário, éramos gente de todos os cantos do espectro político, mas que passamos por cima das nossas diferenças por concordarmos com alguns pontos inegociáveis. Que só poderíamos ter uma vida digna na democracia. Que, numa Terra redonda, a ciência é quem decide que remédio funciona e qual é charlatanice. Que quando centenas de milhares de brasileiros morrem, prestamos as nossas condolências e solidariedade, não os imitamos, às gargalhadas, morrendo por asfixia. Ao decidirmos votar em Lula e Alckmin naquele 30 de outubro não escolhemos uma chapa ou um partido político: participamos de um plebiscito entre a escuridão e a democracia.
Naquele domingo tão perigoso havia a chance real de um sanguinário se reeleger. Havia a chance real de que, num segundo mandato, ele aparelhasse o STF, mudasse a constituição, silenciasse a mídia, expulsasse, prendesse, torturasse e matasse adversários, como acontece na Venezuela, em Cuba, na Arábia Saudita, na Hungria, no Irã, na Rússia.
O que muitos de nós não percebemos à época, no entanto, é que havia ali também uma chance grandiosa. A chance de, pela primeira vez desde a redemocratização, unirmos os melhores quadros do país no mesmo lado. Por décadas, PT e PSDB preferiram brigar. Eles mudaram como todos mudamos. Agora Lula está com Alckmin. Armínio Fraga e Emicida estão no mesmo barco. Boulos e Simone Tebet também. Quem já imaginou João Amoedo e Mano Brown declarando voto no mesmo candidato? Esse bando de gente tão diferente se uniu justamente para garantir o direito de continuar discordando.
Nos unimos por sermos conservadores: queríamos conservar a Amazônia. Queríamos conservar O SUS. Queríamos conservar as instituições e o estado de direito. Nos unimos porque éramos liberais. Acreditávamos que os brasileiros só seriam livres se tivessem, todos eles, pretos e brancos, ricos e pobres, educação de qualidade. Acreditávamos na liberdade de crença em todas as religiões. Acreditávamos que cada um deveria viver como quisesse, sem um Estado reacionário metendo o bedelho em assuntos privados. Nos unimos porque éramos revolucionários: acreditávamos que o Brasil não estava fadado ao fracasso, que ele podia muito mais do que aquela desgraça torpe que nos engolia, dia após dia.
Assinam o Manifesto até o momento
Roda Democrática
Fórum do Amanhã
Movimento Ética e Democracia
Direitos Já
Prerrogativas
Derrubando Muros
República do Amanhã
Centro de Estudos Budistas Bodisatva (CEBB),
Instituto de Estudos da Religião (ISER)
Iniciativa Fé no Clima
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Empresarial.
Aliança Nacional LGBTIA+
Associação Brasileira de Famílias homotransAfetivas,
Rede Gaylatino
Grupo Dignidade Horário de mosmann crashaw
Ação Democrática Ampla - ADA
Escola Comum
LAUT – Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo
Cidadania
GTA - Grupo Trabalho Amazônico
Rede Brasileira de Conselhos -RBdC