Mãos que Alimentam | Você precisa ver e aplaudir o que estas crianças e adolescentes estão fazendo!



 O que estas crianças estão realizando é gigantesco! Fica  o exemplo e nossos aplausos a cada participante do MÃOS QUE ALIMENTAM

 

O Brasil inteiro se assustou com a repercussão que uma postagem na página do Padre Júlio Lancellotti obteve na última semana. Tratava-se de um vídeo mostrando que aqui em Barbacena um (ou mais empresários) de um prédio comercial haviam adaptado a tática do gotejamento para evitar que moradores de rua NÃO dormissem  na porta de suas lojas durante a noite. O impacto foi gigantesco, um país inteiro apontando o dedo para Barbacena mostrando o quanto cruéis podem ser os seres humanos ao tentar ignorar, destratar e até mesmo hostilizar os moradores de rua. Hoje, domingo, a postagem original na página do Padre Júlio LancelLotti já ultrapassou 77 mil visualizações, com mais de 360 comentários, a maioria contra este fenômeno chamado Aporofobia, que se instalou no país.

Mas, o BARBACENAMAIS tem a honra de poder falar que também, inspirado no trabalho do Padre Júlio Lancellotti um grupo de crianças e adolescentes de Barbacena criou o projeto MÃOS QUE ALIMENTAM, da Sociedade São Vicente de Paulo, e é através deste projeto que dezenas de moradores de rua tem se alimentado nos últimos meses. 

Homenagear tal iniciativa, é muito mais importante que apontar os dedos para os aporofóbicos (pessoas que têm horror aos pobres), homenagear estas crianças é tão necessário quanto a importância de suas ações, porque precisamos mais, muito mais, deste sentimento tomando conta de nosso povo, um povo solidário e que nunca se nega a apoiar aqueles que precisam.

Crianças alimentam corpo e alma de pessoas em situação de rua de Barbacena

Alimentar o corpo e o espírito de cerca de 40 pessoas em situação de rua da cidade mineira de Barbacena. Essa é a missão dos 33 membros da Conferência de Crianças e Adolescentes (CCA) Menino Jesus que participam do “Mãos que Alimentam”. A ideia começou como um projeto social dentro da CCA Menino Jesus em 2020, quando a pandemia começou, e no final de 2021, tornou-se Obra Especial da Conferência (Conselho Particular Nossa Senhora de Fátima, Conselhos Central e Metropolitano de Barbacena).

Segundo o orientador da Conferência e presidente do Conselho Metropolitano, confrade Carlos Roberto Batista, conhecido carinhosamente como Kikito, o projeto nasceu durante a pandemia quando se percebeu um aumento no número dos moradores em situação de rua em Barbacena e até mesmo um distanciamento das pessoas devido aos riscos da pandemia. “Nisso os adolescentes e crianças da CCA Menino Jesus, que conta com 33 membros, se organizou e começou não só a distribuir as refeições, mas também prepará-las”, lembra.

Funcionando na cozinha solidária Irmã Rosalie Rendu, a Obra Especial, além de servir as refeições preparadas pelas crianças e adolescentes, sempre com a supervisão de um adulto, o “Mãos que Alimentam” entrega aos moradores de rua kits de higiene, máscaras, cobertores, entre outros itens. “Muito mais que o material, as crianças e adolescentes levam atenção, carinho e apoio a esses nossos irmãos”, define o confrade Kikito.

Hoje as crianças e adolescentes se organizaram em escala para que todas as terças-feiras haja um grupo de pelo menos nove pessoas fazendo o alimento e a entrega. “Aqui em Barbacena temos outros grupos e entidades que entregam alimento às pessoas em situação de rua em outros dias da semana. Algumas vezes acontece de termos que suprir outros dias e estamos sempre preparados. Recebemos a doação dos alimentos e as entregas são realizadas pelas crianças e adolescente, após abordagem feita por adultos e garantida a segurança dos membros”, detalha.

O jovem Arthur, 13 anos, está na Conferência há um ano e já viu sua vida mudar. Começou praticamente junto com o Projeto. “Eu não cozinhava nada. Hoje faço arroz, feijão, calabresa. E gosto muito. É gratificante poder ajudar. Já ganhamos até um apelido ‘galerinha do bem’. Conversamos muito com eles também, levamos a palavra e eles são muito receptivos. Fico ansioso esperando a terça-feira que é minha escala.

Jorge Lucas Pereira Rodrigues, 12 anos, faz coro a Arthur. Há mais ano participando das atividades, também descobriu aptidão para cozinhar e servir no Projeto. “Só sabia fazer miojo, já faço várias coisas e gosto. Eu conhecia o trabalho da Conferência e me animei para entrar. Participar do Projeto mudou meu modo de ver a vida. Vemos a situação dos assistidos e aprendemos a não só fazer por eles, mas também a valorizar cada coisa de nossas vidas”, conta.

O orientador do projeto e presidente do Conselho Metropolitano de Barbacena diz que o sonho para organizar e dar dignidade aos moradores em situação de rua ainda é muito grande. “A Conferência tem o sonho de adquirir um veículo próprio, mesmo que usado, para levar as marmitas e acomodar roupas, cobertores e kits de forma organizada para as entregas. Hoje os nossos confrades e consorcias emprestam os veículos, mas que não adquados”, conta. Enquanto isso, o confrade, junto a outros membros da Conferência, às crianças e adolescentes, levam alimento e amor àqueles que mais precisam, seguindo os preceitos de Frederico Ozanam e São Vicente de Paulo.