Ex-professor da UFV é condenado a quase 80 anos por desvio de dinheiro público

De acordo com o Ministério Público Federal, Jorge Luiz Colodette criou uma empresa de fachada para receber pagamentos por serviços prestados quando trabalhava no Departamento de Engenharia Florestal. Os citados foram procurados; da decisão ainda cabe recurso.

O ex-professor Jorge Luiz Colodette, que trabalhava no Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (UFV), foi condenado a 79 anos de prisão por praticar crimes de peculato, desvio de dinheiro público. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (18) pelo Ministério Público Federal e ainda cabe recurso. Segundo o órgão, Jorge Luiz Colodette firmava contratos em nome do Laboratório de Celulose e Papel para a prestação de serviços a empresas do setor privado. E embora as atividades fossem executadas com recursos da universidade, os pagamentos eram feitos em favor da Celulose Consultoria e Serviços Ltda, uma empresa de fachada criada por ele.

No dia 28 de fevereiro de 2019, o G1 mostrou que o docente havia sido preso após denúncias. Entretanto, ele foi solto em março, após um habeas corpus e segue em liberdade. Nesta terça-feira, a produção da TV Integração voltou a entrar em contato com o advogado de defesa do ex-professor, Vinicius Ibrahim Silva, que informou que está avaliando a sentença para entrar com um recurso da decisão. O G1 entrou em contato com a UFV para saber se a universidade gostaria de se pronunciar sobre o assunto. Em nota, a instituição disse que "esta é uma decisão da Justiça e que não cabe pronunciamento". Além disso, informou que o professor se aposentou em 2019 e não tem mais vínculo com a instituição.

Investigação

Durante as investigações, o Ministério Público Federal encontrou vários trabalhos com timbre da UFV feitos por alunos de graduação e pós-graduação e funcionários do laboratório, cujos pagamentos foram direcionados ao indiciado. Além disso, foram encontradas provas que o ex-professor da UFV colocava servidores para trabalhar além do expediente para atendar demandas. Atos que configuram o crime de peculato.

"Empresa de fachada"

Também foi descoberto durante a operação, que o professor representava o Laboratório de Celulose e Papel perante as empresas que contratavam a UFV para esses serviços. Foram encontrados pagamentos oriundos de 32 empresas e duas pessoas físicas por serviços do laboratório, além de R$ 784 mil em pagamentos não identificados, na maioria da parte, decorrentes de créditos de contrato de câmbio, indicando o recebimento por serviços prestados a empresas sediadas no exterior. Por causa dessas ações, o denunciado criou uma empresa de papel, com o objetivo de ter uma conta bancária para receber os pagamentos. Os próprios telefones de contato informados nos documentos eram os números do laboratório da universidade. A empresa foi aberta em janeiro de 2008 e encerrada em outubro de 2014, quando as investigações já estavam em andamento. Ainda conforme a denúncia, o professor investigado foi sócio em todo o período de vigência da sociedade, inicialmente ao lado de um funcionário do LCP e, depois, ao lado dos filhos.


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