Dinheiro traz felicidade? O guia definitivo sobre o assunto

Muito se fala sobre a relação entre dinheiro e felicidade, há várias frases prontas cheias de curtidas nas redes sociais

 

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Muito se fala sobre a relação entre dinheiro e felicidade, há várias frases prontas cheias de curtidas nas redes sociais.

De um lado, ricos querendo convencer pobres que dinheiro não traz felicidade... de outro pessoas passando fome e tendo que ouvir isso. "Influenciadores" vendendo fórmulas mágicas para fazer pessoas ricas e felizes (mas que só deixam rico o próprio "vendedor" de sonhos).

Mas afinal, o que a ciência fala sobre isso??? 

No meu livro Seja Líder Como O Mundo Precisa, aprofundei nesse tema... e trago abaixo alguns trechos com aprendizados para você entender melhor a relação entre dinheiro e felicidade!

Boa leitura!

dinheiro melhora as condições gerais de vida, seja para termos mais acesso a itens básicos – como saúde, educação, alimento –, seja para desfrutarmos de outros que nos dão prazer – como viagens, festas, bens materiais de diversos tipos.

A busca por dinheiro é válida. Ele nos proporciona recursos que podem tornar nossa vida melhor. O problema acontece quando dinheiro passa a ser prioridade de vida da pessoa.

 Vale a pena ser MATERIALISTA???

Ao mergulhar no tema, fiquei impressionado com a quantidade de estudos e evidências que apontam para uma relação direta entre materialismo e depressão (materialistas são as pessoas que só buscam felicidade em coisas materiais). 

Uma série de pesquisas mostra que o materialismo reduz a felicidade, a satisfação nos relacionamentos, prejudica o ambiente, torna as pessoas menos amigáveisagradáveis e empáticas, além de menos propensas a ajudar os outros e contribuir para a comunidade. (releia esse parágrafo, ele é bem forte... e retrata GRANDE PARTE das pessoas do mercado financeiro).

Não para por aí: pessoas materialistas são menos satisfeitas com suas vidasmenos gratas, têm menos propósito, são mais antissociais e têm conexões mais superficiais com outras pessoas. Os materialistas avaliam suas conexões sociais como mais negativas, e as outras pessoas avaliam seus relacionamentos com eles como menos satisfatórios.

busca desenfreada pelo dinheiro redireciona a energia de uma pessoa, a privando de ter experiências e relacionamentos significativos. Ficar mais tempo "fazendo dinheiro" traz um custo de oportunidade, e o materialista passa a achar perda de tempo brincar com os filhos, ler poesia ou jogar conversa fora com amigos. Para ele, "tempo é dinheiro", a felicidade é medida por sua conta bancária e os bens materiais que possui.

Mais do que simplesmente querer se destacar pelo que tem, esse comportamento está mascarando algo muito mais profundo, um sofrimento inconsciente causado pelo vazio interno que a pessoa sente. O dinheiro, os objetos, o status seriam formas para preencher esse espaço e trazer alívio imediato, porém momentâneo, à dor interna.

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Se materialistas são infelizes, então dinheiro não traz felicidade?

A reposta não é tão simples, pois há algumas variáveis que devem ser consideradas, para entendermos melhor esse assunto vamos analisar a capacidade financeira.

Segundo a pesquisadora Sonja Lyubomirsky, pessoas com mais recursos reportam serem mais felizes. Isso não é apenas porque o dinheiro possibilita o poder de compra, mas também por estar acompanhado da sensação de ter respeito, ter mais status, mais lazer, além dos fatores básicos, como acesso a médicos e hospitais, boa nutrição e educação. Analisando exclusivamente dessa maneira, faz todo o sentido que dinheiro esteja ligado à felicidade.

No entanto, há aqui um dado curioso. Apesar de as pessoas com mais recursos serem mais satisfeitas com a vida em geral, para a questão "quão alegre, estressado, raivoso, afetuoso ou triste você estava ontem?", pessoas de diferentes classes sociais davam respostas muitos semelhantes.

A primeira conclusão é que ter dinheiro melhora a vida como um todo, porém, não traz mais sentimentos positivos imediatos.

A ligação entre dinheiro e felicidade ganha ainda mais relevância para pessoas pobres do que para as ricas, isto é, quando elas não têm as necessidades básicas atendidas – moradia adequada, alimentação, saúde e segurança –, qualquer aumento na renda faz muita diferença.

Já pessoas com muito dinheiro não tem significativo aumento de felicidade ao elevar a renda, seja porque não faz muita diferença, seja pelo aumento de estresse, pressão e menos tempo para aproveitar a vida, seja porque já estão visualizando o que "finalmente lhes fará feliz" (conseguir ainda mais dinheiro).

"Dê 10 mil reais para o Bill Gates e não acontecerá nada com ele. 
Mas essa quantia para uma pessoa pobre irá fazer toda diferença na vida dela e ela ficará mais feliz"

Pare de se comparar!!!

Comparar a renda reduz a sensação de felicidade. Sempre haverá alguém ganhando mais dentre seus conhecidos, e ao se comparar você poderá se sentir sem prestígio e com menos valor do que a outra pessoa, e assim, passará a questionar sobre suas habilidades, eficiência... e continuar supondo motivos que só alimentam a frustração.

Em um estudo superinteressante, os pesquisadores quiseram saber quão relevante para uma pessoa é ter mais do que os outros.

O questionário pedia que a pessoa imagine que um parente dela pudesse escolher viver em duas sociedades: Sociedade A ou Sociedade B. Em ambas, o preço dos bens e serviços e o custo de vida são exatamente os mesmos. Faça esse teste:

Sociedade A

  • A renda do parente é de 324 mil reais por ano.
  • A renda média na sociedade é de 360 mil reais por ano.

Sociedade B

  • A renda do seu parente é de 303 mil reais por ano.
  • A renda média na sociedade é de 275 mil reais por ano.

Em qual sociedade você escolheria viver? Se escolheu a Sociedade B, em que seu parente teria menor renda, menor poder de compra, mas receberia mais do que a média, não se envergonhe, essa foi a resposta de 75% das pessoas que participaram da pesquisa.

De cada quatro pessoas, três preferem que o parente receba menos, mas que tenha mais do que a média da sociedade. Curioso, né? Ao dar muita importância à comparação e achar que uma pessoa viveria melhor em uma sociedade pelo fato de ganhar mais do que a média, 75% dos participantes da pesquisa "levaram" o parente a morar em um local em que ganharia menos e teria menor poder de compra, Portanto, evite ao máximo comparar renda.

Juntando tudo:

  • Dinheiro traz condições melhores de vida e isso torna a vida mais agradável (por esse lado, dinheiro traz, sim, felicidade).
  • Pessoas materialistas, que são as colocam dinheiro acima de tudo, são mais infelizes (quem só pensa em dinheiro é infeliz). Pessoas materialistas são tóxicas.
  • Ter mais dinheiro não traz sentimentos positivos imediatos.
  • Não se compare.

Vivemos em um dos países mais desiguais do mundo. Em uma sociedade em que milhares de pessoas não têm as necessidades básicas atendidas, o desgoverno Bolsonaro recolocou o Brasil no mapa da fome... pra piorar, temos várias pessoas materialistas que fomentam essa desigualdade.

Por isso, temos que falar de distribuição de renda, de dar condições para os mais pobres, para que todos possam um dia não ter que se preocupar com as suas condições básicas... e que a falta de dinheiro não seja o motivo de infelicidade de tanta gente.

Obrigado por ler,

João

Ps1. Praticamente o texto todo foi retirado do livro: Seja líder como o mundo precisa, que recém lancei pela Harper Colins. Todas as referências de estudo estão no livro. Ficarei muito feliz se você ler ;-)


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